domingo, 12 de abril de 2015

#PensarNaoDoi:

“Casa Da Mãe Joana!”
 - Da Riqueza de Nossa Língua Pátria -
“... Os ignorantes, que acham
que sabem tudo,
privam-se de um dos maiores
prazeres da vida: aprender...!”.

Provérbio Popular

                                     O português é conhecido como "a língua de Camões" (em homenagem a uma das mais conhecidas figuras literárias de Portugal, Luís Vaz de Camões, autor de Os Lusíadas) e "A Última Flor do Lácio" (expressão usada no soneto da Língua portuguesa, do escritor brasilês Olavo Bilac).
                                   O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (utilizando um exemplo), com cerca de 230 500 entradas, 376 500 acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas, é um exemplo da riqueza léxica da língua portuguesa.
                                    Segundo um levantamento feito pela Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa tem atualmente cerca de 360 mil unidades lexicais. Essas unidades estão dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
                                                    Agora se relacionarmos, neste vernáculo todo, os regionalismos passaremos de 540 mil vocábulos ou verbetes que são utilizados por esta vasta e riquíssima língua, sem contar às gírias que também são características de cada região deste vasto país continental.
                                   Dia destes, em uma mensagem, o professor e economista Ossami Sakamori, referiu-se que estamos (o Brasil) em uma verdadeira “casa-da-mãe-Joana”.
O que o referido professor quis dizer com isso?
                                  Casa da Mãe Joana é um lugar em que todo mundo manda e faz o que bem entende.
                                  O rei francês, de 1285 a 1314, Felipe IV o Belo, resolveu comprar uma briga feia: cobrar impostos sobre os bens da Igreja. A discussão foi tão séria que em 1303 o papa Bonifácio VIII excomungou Felipe, que, em represália e por não ser tão belo assim, mandou que um de seus legistas (um perito em legislação, Felipe ainda estava vivo), Guilherme de Nogaret, invadisse a Itália e prendesse o papa. Bonifácio VIII morreu na prisão e foi sucedido por Bento IX. Logo, logo, em 1305, assumia um novo papa, Clemente V, que, seguindo um gentil conselho de Filipe, transferiu a sedo do papado, de Roma, para a cidade provençal de Avignon.
                                 Avignon foi residência de sete papas, de 1309 a 1378, mas no início não era dos papas, pertencia a uma napolitana, Joana I, rainha de Nápoles.
                                 Linda e inteligente, Joana era mecenas (um patrocinador de artes e intelectuais) de poetas e intelectuais. Ela casou-se com o primo, Andrew, irmão de Luís I, da Hungria. Andrew foi assassinado numa conspiração que, dizem as más línguas teve participação da própria esposa.
                                    Furibundo, Luís I invadiu Nápoles em 1348, obrigando Joana a se refugiar em Avignon. No mesmo ano, ela vendeu a cidade a Clemente V, com a condição de ser declarada inocente de sua participação na morte do ex-marido. Joana foi assassinada por seu sobrinho e herdeiro, Carlos de Anjou em 1382.
                                    Enquanto ainda mandava e desmandava em Avignon, Joana resolveu regulamentar os bordéis da cidade. Uma de suas medidas foi estabelecer que todo bordel deveria ter uma porta por onde todos entrariam. Assim, cada prostíbulo conhecido como “paço da mãe (a dona da cidade) Joana”, com o sentido de uma casa que esta aberta a qualquer um.
                                     A expressão viajou até Portugal e veio para o Brasil, onde a palavra paço, de uso pouco popular, foi logo substituída por casa.
                                     Os desbocados, aproveitando-se da associação Joanna-bordel, substituíram a palavra casa por outra menor, mais expressiva e popularizaram a expressão sinônima de (ânus)...-da-mãe-Joana.
                                   Bem talvez não fosse esta a expressão desejada pelo nobre professor, mas...
Pensar Não Dói... Já nossas expressões cotidianas...

 

  
Entendimentos & Compreensões
R. Magalhaes Jr, Dicionário brasileiro de provérbios,
locuções e ditos curiosos, Rio de Janeiro,
Editora Documentário, 1974.
 

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