domingo, 30 de outubro de 2016

Custo ou Benefício?

Custo ou Benefício?
“Deus ao criar o Paraíso e dá-lo ao homem, 

concedeu um benefício. Proibi-lo de 

comer a maçã, era o custo imposto”.

O Autor

É da natureza humana negociar e sempre como princípio de conversa buscar saber dos benefícios que usufruirá ou de que prejuízos se livrará, para somente depois arguir dos custos que terá de pagar para se beneficiar. Ainda “miúdos” negociamos um brinquedo para comer o legume indesejado, ou já adultos ao contratarmos um advogado, um consultor financeiro, ao contratarmos um prestador de serviços e até mesmo aquele médico especialista caríssimo, com a promessa de ganharmos algo, ou de nos livrar de algum mal.
Correm no presente no Congresso Nacional duas propostas de Emendas Constitucionais. A primeira é a PEC 36/2016 da iniciativa do Senador Jorge Ferraço, propõe regras para Fidelidade Partidária, Cláusula de Barreira, Funcionamento Parlamentar, Federação de Partidos e Coligações. Recomendo a consulta ao site do Senado http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/09/13/ccj-aprova-proposta-que-reforca-fidelidade-partidaria-e-clausula-de-barreira para economizar espaço de dissertação.

Já a segunda, ainda em fase de Consulta Pública, a PEC 106/2015 da iniciativa do Senador Jorge Viana propõe a redução do número de Deputados Federais dos atuais 513 para 386 e dos Senadores de 81 para 54, cujo custo total atinge R$ 6,1 bilhões.
                                                           

Se considerarmos, de acordo com a ONG Transparência Brasil, que um Deputado custa anualmente R$ 6,6 milhões em salários, benefícios e verbas adicionais teríamos uma redução anual de R$ 838,2 milhões. Já um Senador custa anualmente R$ 33,4 milhões e com essa medida se teria uma redução de R$ 901,8 milhões. Ou seja, uma economia anual, nada desprezível de R$ 1,74 bilhões, (28,5%). Recomendo a consulta ao site do DIAP, http://www.diap.org.br/index.php/50-servicos/oit/14030-quanto-custa-um-parlamentar-deputado-e-senador.
Só para efeito comparativo apresento os custos do Congresso Americano, que se compõe de 100 senadores e 435 deputados em representação a 50 Estados e que recebem idêntico salário, tendo como custo médio é de US$ 170,000/ano, ou seja, U$ 90,95 milhões/ano, (R$ 300,13 milhões/ano).

O PIB americano medido em 2013 é de US$ 16,77 trilhões, ou seja, o Congresso Americano custa para 50 Estados 0,54% do PIB-USA. Já o PIB brasileiro é de R$ 5,31 trilhões, (US$ 2,246 trilhões), ou seja, o Congresso Brasileiro consome 0,12% do PIB. Porém se equivalêssemos ambos os países em número de Estados, (27 Estados), nosso Congresso deveria custar anualmente apenas R$ 401,2 milhões, ou seja R$ 5,7 bilhões a menos.

Se, adicionalmente considerarmos que tanto para o salário, que se referencia no salário de um Ministro do STF e os benefícios e verbas de representação pagas a um deputado federal e a um Senador, que são referência para o cálculo dos salários de deputados estaduais e vereadores em todo Brasil e isso também sem contarmos os seus Planos de Aposentadoria privilegiados pode-se concluir que a classe política brasileira é composta de “príncipes” reinantes sobre uma sociedade de miseráveis.

                                                     
Além das verbas pessoais, ainda temos o Fundo Partidário e o Horário Eleitoral Gratuito e destarte o “custo da Democracia” no Brasil torna-se um “custo imperial tirânico” e impossível de calcular.
Em qualquer sociedade justa os conceitos de “ônus x bônus” são proporcionais para todas as funções exercidas dentro de uma sociedade, que infelizmente nosso Congresso jamais questionará em torna-lo um padrão válido para toda a sociedade. É por isso que jamais haverá uma PEC, que discipline salários de todas as autoridades relativamente à capacidade econômica do Brasil. Aliás, por si só, a inclusão de matéria remuneratória no “corpo constitucional” é uma excrecência e um “privilégio inaceitável” sob o ponto de vista constitucional de que “todos são iguais perante a lei”. As “vespas” jamais ferroam-se umas às outras e é por isso que deputados e senadores continuarão a definir os próprios proventos.

Na minha discussão sobre o Voto Distrital no meu livro VOTO DISTRITAL – ESTE ME REPRESENTA afirmo e provo, que a política se tornará mais barata, pois só falando na Verba de Gabinete, jamais um deputado representando um Distrito necessitará de 25 assessores parlamentares para cobri-lo. Isto é necessário no Voto Proporcional onde o candidato é de muitos distritos e por isso comprometido em arranjar “boquinhas” para todos.

Da mesma forma o custo das campanhas eleitorais. Ensaia-se na Câmara Federal uma tentativa, face à proibição de doações de pessoas jurídicas, que esse financiamento seja feito através de um aumento no Fundo Partidário. Ainda que se aprovada a PEC 36/2016 a quantidade de partidos e candidatos diminuirá em muito, mas ainda assim é um ônus imoral adicional à sociedade. Em qualquer profissão quem quer se eleger a uma posição é responsável pela própria educação e preparação. Donald Trump nesta eleição americana, como não consegue levantar fundos, está se autobancando.
                                                   

Tudo em uma Democracia tem um limite e no caso brasileiro esse limite é o “fundo do bolso do contribuinte”, cada vez mais esvaziado pela inflação e pelo desemprego, isso sem contar os inúmeros serviços públicos essenciais previstos em lei que é sua “carteira”, que paga.
Ou fazemos uma revolução, ou rasgamos essa Constituição e fazemos outra que seja “mais cidadã”. Ulisses Guimarães ao publicá-la deveria ter proclamado: Esta é a Constituição Elitista, que “garante” tudo aos políticos e um “pago amanhã” para o cidadão das ruas. 




Entendimentos & Compreensões

De Antônio Figueiredo

Escritor paulista autor da obra 

Voto Distrital - Este Me Representa.

Editora Garcia Edizione - 2016 - SP

#PEDIDOS http://tonifigo1945.com 
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Todas as obras publicadas na Sala de Protheus
São de inteira responsabilidade de seus autores.
O Editor!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Vida Assustada!

#PensarNaoDoi:

Vida Assustada!

"... Fico tão assustada quando percebo

que durante horas perdi minha formação
humana. Não sei se terei uma outra para
substituir a perdida...!"

Clarice Lispector

Nestes dias de tantos assuntos, de para estar neste mundo você tem que, como dizem os adolescentes “tipo assim”, informado, por dentro de tudo, quase um especialista em generalidades.

Estes momentos, mesmo que raros me deixam assustado. Mas quando os detecto imediatamente tenho uma terapia eficaz. Basta pegar o carro e andar pelas estradas, devagar – de preferência estradas do interior -, sem movimentos intensos das grandes rodovias.... Preciso que o carro somente mexa suas rodas para eu sentir o vento dos campos, o sabor do verde, o canto dos pássaros, algum pequeno animal correndo pelos campos... Estes momentos me colocam mais perto da natureza.... Quem sabe da minha natureza.... Mais próximo Dele.
Ao chegar até estas estradas passo por toda a cidade e é automático a observação e o sentimento do que se passa ao meu lado e aos meus olhos... Sirenes, alguns alarmes, buzinas de carros com seres apressados... Olhos enrubescidos passando pelas faixas de pedestres, como se dissessem: - aguardem estou passando e sou mais importante.... O sinal se abre, e tal qual um “tiro” de início de algum tipo de competição, torna-se, novamente, automático, os seres saem com suas máquinas rapidamente, com barulhos de pneus “cantando”, como se dissessem uns aos outros: - Vamos ver quem é mais rápido?
Estas cenas parecem vidas sendo escapadas das mãos destes seres e me deixa melancólico.


Por isso vou aos campos, as estradas naturais, lá não tem pessoas da cidade... Lá não tem pessoas correndo, sempre como se estivessem assustadas com a própria vida... Todos correm... Não sabem por que correm... Mas continuam correndo como se tudo estivesse marcado no tempo...

Me assusta este vazio manifestado. Minha melancolia acaba me levando para a literatura. Lembro de Manoel Bandeira como se estivesse no banco do carona, dizendo com calma, somente para eu ouvir:
“ Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria! 
Vi uma estrela luzindo, 
Na minha vida vazia...!”


A vida e tão imprevisível. Ela se vai com um sopro.... Com uma última leve batida de coração... Quando a morte chegar para cada um de nós.... E ela vai chegar para todos...

Ela é a única coisa que todos nós temos em comum... Cedo ou tarde... Todos iremos ao encontro dela. E mesmo que muitos acreditem que a vida não termina deste lado do tumulo... A dor nos impele ao desejo do toque humano,
Em meio a tudo isso, nos esquecemos de amar.... De nos importar com alguém.... Em algum lugar alguém pode estar precisando de nós.
Costumo utilizar a hashtag - #PensarNaoDoi, nas redes sociais, mais como uma forma de “destruir” os assuntos ruins, nefastos do dia, como se fosse um grito de alerta para todos dizendo: “Ei parem de falar asneiras.... Chega de bobagens.... Vamos nos importar mais uns com os outros.... Vamos amar mais...”.
Mas esta, que parece ser somente meu desejo, se manifesta com as respostas que vem com cada postagem. Como se tivessem entendido meu “grito de alerta”, mesmo sem ser tido feito.
Descobre-se que se você quer saber o propósito de um objeto não pode pedir para esse objeto o que lhe dizer.
Um carro não sabe porque é um carro.... Apenas o fabricante sabe para que o criou...
Eu penso que é assim conosco em relação à Ele. 


Creio que Deus não me fez apenas para ser um bom homem, um bom pai, um bom avô, um bom amigo... Esses são apenas papeis, não quem eu sou como homem...

Mas eu penso, as vezes, Ele tem que deixar a vida virá-lo de cabeça para baixo, para você aprender a viver o lado certo.
Ele sempre faz isso.... Poucos compreendem.
Li certa vez o que escreveu a jovem e sábia Mônica Aubasi. Deixou dito ela:
“...Eu nunca entendi qual o verdadeiro propósito de criar uma armadura em torno de si. Os melhores momentos da vida só podem ser aproveitados quando não há máscaras, nem omissões. O mundo precisa de gente com a cara limpa, que não tenha medo de demonstrar suas fraquezas. Precisamos de gente que ria das próprias mancadas, e admita quando o amor veio para ficar. Esquivar-se de um possível sofrimento já é privar-se de uma futura (grande) felicidade...! ”
Será que ao sair e tentar conectar-me com minha própria natureza estou criando uma armadura.... Ou pedindo socorro a Ele para ser mais que apenas um homem desempenhando papeis nesta vida....
Quem sabe um dia Ele me mostra a resposta.... Pois a cada dia tenho mais perguntas...
Continuo pensando.... Ao menos isso tenho certeza: não dói....



Entendimentos & Compreensões

Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado originalmente no Grupo Kasal – Vitória – ES.
http://www.konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=28185#.WBEBSugrLNM
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sábado, 22 de outubro de 2016

Desistir é Facil!

#PensarNaoDoi:

Desistir é fácil...!


“... Nunca sei se quero descansar porque
estou realmente cansada, ou se quero
descansar para desistir...!”

Clarice Lispector



Sempre fui questionador sobre a facilidade de abandono, de desistência do Brasilês ante qualquer pequeno obstáculo, ou ainda, na busca de uma segunda tentativa.
E isso é em tudo... Terminou toda a luta do espectador quando termina o jogo, seja ele qual for. Após ele sai xingando alguém.... Ou seja: colocando a "culpa em alguém". Típico do Brasilês é ser “técnico de futebol”... – deve ser genético, ele já nasce “sabendo” - Ele sabe tudo. A melhor escalação, os melhores jogadores e assim por diante. Mas saiu do estádio... Ou de onde irão tomar “umas”, chegou em casa e tudo fica esquecido. Até a próxima partida...


Com a política nacional é exatamente assim. Enquanto houver uma “campanha” em alguma rede virtual – neste caso geralmente o Twitter – lá estão todos engajados. Comprar roupas verde e amarelo e até a Bandeira Nacional passa a ser item importante.... Não pelo amor ao nosso símbolo pátrio, mas muito mais pelos selfies que irão render, no outro dia nas redes...
Terminou o tal dia da “manifestação”... Terminou tudo.
As eleições? Exatamente a mesma coisa. Por isso é atribuído ao Brasilês, em todo o mundo a expressão: “povo com memória de 15 dias”.
Desistir é um verbo intransitivo, sua origem está no latim (nossa língua mãe) desistere, que tem como significado fazer renúncias, abandonar, ceder, deixar, largar...


Ah, neste aspecto o Brasilês é novamente ”campeão mundial”. Ele desiste até que uma espécie de “espirito motivador” surja outra vez.

Na obra “Um Mito Moderno Sobre Coisas Vistas no Céu”, lançado pela Editora Vozes, 1974, no Brasil, o psicanalista (discípulo de Freud) Carl Gustav Jung, mostra que os sonhos e fantasias pode refletir, tanto quanto as revoluções sociais e políticas, que ele classifica de epidemias psíquicas, as tendências na vida inconscientes até de uma população inteira. 
Em um ensaio, publicado pela primeira vez em 1936, esta “desistência”, que ele chama de “wotan” (sem tradução), é apresentada como figura arquetípica que simboliza as forças instintivas inconscientes, à época atuantes na Alemanha, e que encontraram sua expressão no movimento nacional-socialista.
No caso do Brasil, tudo começa com nomes no Congresso Nacional, como Mensalão ou nos “apelidos” dados pela nossa heroica Policia Federal às suas Operações Internas envolvendo roubos e outras “safadezas” tanto de políticos como de outras autoridades e empresários e, é claro, muitos “laranjas”, constituindo o Brasil como grande “produtor”.
Na linguagem popular, o termo "laranja" passou a ser utilizado para se referir a um indivíduo que empresta seu nome – muitas vezes sem saber – para transações financeiras e comerciais criminosas, ocultando a identidade do verdadeiro responsável pelo crime.
Mas Jung responde a isso como: “(...) um mito que considera compensações de tendências até cientificistas de nossa era tecnológica". – E ele disse isso na terceira década do século passado - uma vez que considera a crise na civilização como sendo moral, suas concepções de bem e mal e da função psicológica da consciência se tornam absolutamente necessárias ao indivíduo. Principalmente os de baixo discernimento ou cultura, que são os mais atingidos ou “utilizados”.


Se sairmos da análise psicanalítica e voltarmos apenas ao bom senso de cidadãos, veremos que não encontraremos muita diferença entre a parte cientifica e o nosso dito “normal”, do dia a dia no pensamento, ou ausência deste, pelo Brasilês atual.

Mas porque ocorre tudo isso? De onde vem esta desistência mesmo tendo sido, já há algum tempo uma espécie de “jargão” que o Brasilês... ”não desiste nunca...”.
Talvez aí esteja a resposta. Simplesmente da “boca para fora”. Afinal é fácil falar, gritar, formar coro nas torcidas e nas ruas com aquele: “.... Ah, eu sou Brasilês.... Não desisto nunca...! ”. Até terminar a marcha, a torcida, o coro ou a motivação para o grito. Após cala-se... Assim do tipo... até que surja novamente outra oportunidade de “diversão”. Enquanto isso o Brasilês desiste e segue sua vida...
O cantor e compositor jamaicano Bob Marley deixou escrito: 
“.... Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama. Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer...! ”
Eu, como Brasilês de alma e coração, ainda não entendi esta memória de “15 dias” do povo do meu amado país.
Que sabe logo inventa-se um remédio, de alto valor, pois se for gratuito e distribuído ele não tomará, e este povo acorda como brava gente...
Talvez... Quem sabe, ele até aprende que pensar não dói...
Mas, apenas talvez...




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Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado originalmente no Grupo Kasal-
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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Lista Fechada? Digo Não...!


Lista Fechada...? Digo Não...! 
“Se não confio nos partidos e 

nem nos seus políticos, 
por que confiarei 
nas suas Listas? ”.

O Autor


Vamos continuar a discutir política, como desafiei na última crônica? E o ponto agora é a proposta de adoção de “listas fechadas” para as eleições proporcionais, que corre na Câmara Federal como um dos pontos da Reforma Política.

Ainda que em paralelo o Senado “corra” com a Cláusula de Barreira e o fim das coligações proporcionais como fórmula saneadora do excesso de partidos e as “aberrações” dos “carregadores de votos”, que elegem aqueles que jamais foram votados nas urnas, essa solução apresentada pela Câmara nos deixaria nas mãos dos atuais “grandes partidos” e seus critérios de escolha de candidatos para essa lista, que sabemos de interesses muito distantes dos eleitores.


No meu livro VOTO DISTRITAL – ESTE ME REPRESENTA faço uma ampla exposição do que é um distrito, a formação partidária a partir dos distritos e os sistemas de listas adequados e com certeza “lista fechada” não se enquadra aos melhores desejos do eleitor distrital. E a razão é muito simples. Existem distritos onde a competição entre partidos é muito forte e saudável para a representatividade, mas não podemos nos esquecer de uma grande maioria dentre os mais de 5.570 municípios do país onde menos partidos se organizam e por isso prevalecem os interesses dos coronéis sobre seus currais eleitorais e por consequência eleitores, sem mais opções.
Além disso a atual legislação é muito vaga e omissa quanto ao Domicílio Eleitoral, também muito bem explicado no livro, que permitiria que candidatos dos grandes centros urbanos, convenientemente mudassem seu “domicílio” sem mudar de casa.
Uma Reforma Política que não contemple de forma integrada todos esses pontos e inclua a Fidelidade Partidária, com o mandato sendo de propriedade do partido, para evitar o troca-troca partidário eleitoreiro, jamais representará uma reforma verdadeira. Como se diz na Bahia será sempre um “armengue conveniente”, que os políticos tradicionalmente fazem para fazer prevalecer seus interesses corporativos em relação aos reais anseios da população.
A sociedade somente será ouvida se a pressão exercida deixar claro o que efetivamente queremos e esperamos e isso só ocorrerá se essa mesma sociedade, conscientemente souber o que “quer e espera” dos seus representantes.
Nestas eleições municipais aconteceu um fenômeno que bem explica o comprometimento de candidatos a partidos e suas opções ao seu corolário ideológico e programático e este não é um fenômeno novo. Como já havia ocorrido em 2002/3 com o fracasso do Governo FHC, quando muitos candidatos se desfiliaram do PSDB e apareceram como “cristãos novos” em partidos não alinhados, agora ex-integrantes do PT renegaram partido, suas cores e até sua estrela.


A pergunta que se faz é se nenhum partido apresenta programas e matiz ideológico permanentemente defensável? Naqueles tempos queriam se livrar da pecha de “privateiros” e agora da de “ladrões”. Como defender partidos e candidatos que “camaleonicamente” mudam de acordo com o “panorama eleitoral” de uma oportunidade.
É valido que os partidos façam uma revisão de seus programas e ajustem-se ideologicamente aos novos ventos históricos, mas não que “escondam” suas bandeiras e símbolos pelo desgaste sofrido durante um período no Poder.
Erros de avaliação e planejamento são admissíveis em um mundo globalizado permanentemente em mudança e adequação, mas a filosofia defendida por um partido é permanente e sua marca. Assim, um partido e sua filosofia política devem prevalecer sempre, seja em tempos de bonança ou aziagos.
Pense, cidadão e principalmente informe-se, sem o que continuaremos indefinidamente após cada crise a buscar culpados e não soluções para os problemas, que infelizmente só atribularão ao cidadão e à sociedade.
Para eles nada mudar após uma discussão, já é uma boa mudança.


Entendimentos & Compreensões

De Antônio Figueiredo
Escritor paulista autor da obra 
Voto Distrital - Este Me Representa.
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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A Mestra!

#SOSEducacao:

A Mestra!


                                     Esta é a modesta e sincera homenagem que posso agora prestar como tributo de gratidão, a memória daquela que, sob moldes humaníssimos e quase maternos, abriu-me a réstia de luz da alfabetização da cartilha “Caminho Suave” de nossa educadora paulista, Branca Alves de Lima.


                                       Morreu, neste início de século e de milênio, a educadora Branca Alves de Lima, aos 90 anos, deixando órfãos aqueles que acreditam que a alfabetização com cartilhas não só funciona muito bem como é mais simples do que essa “moda” atual do construtivismo.

                                    A vida de Branca Alves de Lima, autora da cartilha ‘Caminho Suave’, é a síntese de um dos principais males – se não do principal mal – da Educação brasileira: o enorme desrespeito dos gestores e das políticas públicas educacionais em relação aos professores e professoras, aos estudantes e suas famílias.

                                 O sucesso da cartilha ‘Caminho Suave’. Eles (o governo, o MEC e o Guia do Livro Didático, o Conselho Nacional de Educação, as secretarias de Educação etc.) estão projetando, quase decretando, que os alunos não usem mais cartilhas.

                              Veja hoje o caso dos ciclos. Professores e professoras que há décadas têm na reprovação seu principal recurso de disciplina foram, de uma hora para outra, proibidos de usá-la. Mesmo com a proibição e à margem do Currículo Escolar, avós, pais, parentes, amigos e professores, indicam a cartilha ‘Caminho Suave’, na alfabetização de seus entes queridos.

                                  Branca Alves de Lima concebeu, em meados do século passado, a cartilha ‘Caminho Suave’, que vendeu cerca de 40 milhões de exemplares desde então. Mais de 48 milhões dos brasileiros adultos de hoje foram alfabetizados por ela.


                            Finalizo aqui com um poema de sua autoria, denominado “Casa Pequenina” e extraído da cartilha “Caminho Suave”, método analítico, e a poesia de autoria de Vicente de Carvalho “A flor e a fonte” elaborada para crianças que hoje cursam a segunda série do ensino fundamental.

Uma casa na colina,
Pequenina Amarela,

Um quartinho, uma cozinha
E gerânios na janela.

Ciscando lá no terreiro
Um galo, um peru e um pato
E o céu azul espelhado

Na água mansa do regato.
Muito verde em toda a volta,
Trepadeiras na cancela,
Uma mãe e uma criança
Completando a aquarela.


(*) A Flor e a Fonte


“Deixa-me, fonte!” Dizia
A flor, tonta de terror.
E a fonte, sonora e fria,
Cantava, levando a flor.


“Deixa-me, deixa-me, fonte!”
Dizia a flor a chorar:
“Eu fui nascida no monte…
“Não me leves para o mar”.
E a fonte, rápida e fria,


Com um sussurro zombador,
Por sobre a areia corria,
Corria levando a flor.
“Ai, balanços do meu galho,


“Balanços do berço meu;
“Ai, claras gotas de orvalho
“Caídas do azul do céu!…
Chorava a flor, e gemia,


Branca, branca de terror,
E a fonte, sonora e fria
Rolava levando a flor.


“Adeus, sombra das ramadas,
“Cantigas do rouxinol;
“Ai, festa das madrugadas,
“Doçuras do pôr do sol;
“Carícia das brisas leves
“Que abrem rasgões de luar…
“Fonte, fonte, não me leves,
“Não me leves para o mar!…”


As correntezas da vida
E os restos do meu amor
Resvalam numa descida
Como a da fonte e da flor…






Entendimentos & Compreensões

Homenagem do Professor, Jornalista
E escritor Nelson Valente.
Já postado em:
http://gibanet.com/2012/09/07/homenagem-a-educadora-paulista-branca-alves-de-lima-autora-da-cartilha-caminho-suave/
*Autor do poema - Vicente de Carvalho
Imagens: Google Imagens
Arquivos da Sala de Protheus

sábado, 8 de outubro de 2016

Janelas do Brasil!

#PilulasDeMemoriol:


“Hoje a voz rouca que incomoda os imorais" deixará só um pouco, através do recado da Sala de Protheus, pois encontrei um vídeo que representa o político que pensa no Brasil e no Povo Brasileiro e não mais em fazer politicagem...

Ouçam com muita atenção!
Beijo carinhoso para todos
Marisa Silveira Cruz



Eloquente discurso, do deputado Nelson Marchezan Júnior, 
na Comissão de Trabalho.


PS: Detalhe:
Se já viram e não escutaram vejam de novo:
O editor!




Fonte:
https://www.youtube.com/watch?v=Xrthz1R0cZQ

Marisa Silveira Cruz - São Paulo - SP.
Arquivos originais da Sala de Protheus

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Passou a Eleição...!



Passou a Eleição...! 

Vamos falar de Política? 


“Errar é humano. 
Culpar outra pessoa, é política”.

Hubert H. Humphrey – Vice-Presidente USA

A frase acima demonstra claramente qual a visão de Política para os políticos, (os nossos representantes executores), a qual evidentemente é, em termos de Brasil, diferente da nossa, (cidadãos eleitores). O político vive da eterna divisão entre “ele x adversários”, já o eleitor precisa dividi-los entre os competentes servidores do bem público e os “carreiristas” e agora que as eleições passaram está na hora de falar “daquela política”, que é do interesse do cidadão.

Sou pregoeiro do Voto Distrital desde sempre, inclusive com um livro escrito a respeito e nele falo de muitos temas que agora voltam à baila na Reforma Política em discussão no Congresso Nacional. O controle do financiamento de campanha, que finalmente o TSE está provando ser possível e online, o fim da Coligação e Voto de Legenda nas Eleições Proporcionais, que elimina as distorções do famigerado “quociente eleitoral” e que já foram aplicados nesta eleição municipal de 2016 e que esperamos sejam estendidas às estaduais e federais, tanto proporcionais como majoritárias.


Por fim, restam ainda o rigor da Fidelidade Partidária, que implicará na obediência estrita às diretrizes e programas partidários, com a cadeira pertencente ao partido e não ao candidato, a Cláusula de Barreira para a eliminação do excesso de partidos, que não representam nada a não ser o interesse no Fundo Partidário e o Domicílio Eleitoral como condição para que o proponente candidato seja um “representante circunscrito”. Postas todas estas condicionantes o Voto Distrital viria como corolário para uma verdadeira Reforma Política no tocante à Representatividade.
O que o livro se propõe a esclarecer é a integração necessária entre as diferentes condicionantes acima tendo como centro o eleitor, pois todas elas reunidas é que municiarão o eleitor de todas as armas para sua conscientização política, como cidadão e assim executar o seu “melhor voto”.
A filiação e a militância partidária estarão colocadas dentro do contexto básico, que é o “distrital”, que se encadeia para o estadual e o federal. Afinal o primeiro lugar a se cuidar e “manter limpo” é a “própria casa” e o distrito nada mais é que a “célula mãe” de toda a organização política e partidária e é nele que os reais “grandes problemas nacionais” se revelam na sua menor escala.


Não há como se resolverem os problemas de educação, saúde, transporte, segurança e até mesmo do emprego, se não estiverem equacionados e bem definidos em sua dimensão e importância já a partir dos “problemas distritais”, que em sua grande maioria são os próprios municípios-distritos.
É inclusive a partir deles que se começam a forjar as verdadeiras lideranças e partidos que um dia estarão conduzindo a própria Nação e estes via de regra “iniciam sua carreira” na lide legislativa ou executiva desses mesmos pequenos municípios, que os suportam. É como uma pedra angular do edifício político básico. O município-distrito.
A política e sua organização nunca se enxergam pelo seu todo, mas sim como se interligam as suas diferentes cadeias hierarquizadas. Uma desconexão no meio de qualquer uma das suas partes é a condenação do todo e com isso é o cidadão quem mais perde nessa estrutura organizacional imperfeita.
Até um gigante é composto por células harmonicamente organizadas.




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De Antônio Figueiredo
Escritor paulista autor da obra 
Recém lançada Voto Distrital - Este Me Representa.
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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

"O Cântico da Terra!"


#PensarNaoDoi: 


"O Cântico da Terra!"


Autoria Cora Coralina


Áudio - José Carlos Bortoloti



@Profeborto
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