domingo, 30 de junho de 2013

Vida é Promoção Relâmpago!




“... As vezes ouço passar o vento;
e só de ouvir o vento passar,
vale a pena ter nascido...!”
Fernando Pessoa


Minha filha desde sempre foi curiosa em coisas da vida e da morte. E nos jogos de computador do irmão mais velho. Ficava em volta bisbilhotando. Rondando, esperando uma brecha para poder jogar também.
Um dia, ao final de uma partida, se sentou ao meu lado. E do alto dos seus três anos me veio com essa:
- Mãe, acho que morte é igual mudar de nível no jogo. Você não acaba só muda de nível.
Ainda não sei de onde veio tanta sabedoria. Com certeza não puxou à mãe. Mas concordo com ela. E essa foi a cena que me veio à cabeça ao ler o belo texto de Profe Borto em ¨Aprendendo a morrer¨ - http://www.konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=23392#.Uc7jXfksn2Y
Não gosto muito de falar de morte. Tenho medos muitos. Inclusive o de achar que ela pode me escutar falando , ficar interessada e querer ficar por perto. Nem pensar!
Já tive experiências suficientes para acreditar que sim, de alguma forma, mudamos de nível. E daí em diante, só questão de nomenclatura. Cada um, cada religião com seu vocabulário específico. Nem pretendo entrar nessa seara.
A gente morre um pouco quando morre alguém amado. Mesmo que não muito amado. E vive também em cada morte que acompanha. Todas as mortes que vivi me ensinaram que a vida é agora. Não tem aviso, não tem chamada. Vida é presente, sem ensaio, sem retorno, sem transferência.
Tipo liquidação é pegar ou largar. É aqui e agora. Vacilou, pensou muito, perdeu. A liquidação joga exatamente com nossa noção de urgência.
Já participaram de ¨Promoção relâmpago¨ em supermercados? O vendedor vai falando num tom que nos deixa a postos. Todos prontos a correr. Antes que acabe! Essa é a frase mestra.
O ¨antes que acabe¨ da vida é a morte. A morte é o detalhe que desperta a urgência da vida. É o prazo que valoriza, dá sabor. Lembra que é preciso aproveitar enquanto estamos todos aqui do mesmo lado.
A morte, apesar de toda a dor que lhe acompanha, é a castanha do sundae, o catupiry do pastel, o orégano da pizza. Ela dá o upgrade à vida.
Vida é promoção relâmpago! É a morte que apita e dá a largada. Lembra que o tempo corre. Beijar, agarrar, abraçar, dizer que ama muito é agora. Amanhã talvez...


Dos Entendimentos & Compreensões
De minha amiga de alma e carioca Monica Raouf El Bayeh
Também nova cronista do grupo Kasal – Vitória – E.S.
Psicóloga e Poetisa

Arquivos do Coração 

sábado, 29 de junho de 2013

A Sala de Protheus!
- Minhas Visitas –





“...Não há necessidade de sair da sala. É suficiente sentar-se à mesa e escutar. Nem sequer é necessário escutar, é só esperar. Nem sequer é preciso esperar, é só aprender a ficar em silêncio. O mundo se oferecerá a você livremente para ser descoberto..!

Franz Kafka


Posso afirmar que ao construir a Sala de Protheus, não esperava receber, nela, tantos seres divinos.
Alguns, de tão divinizados, deixam sua luz que perdura por dias e purifica o ambiente, faz com que nossa alma se eleve... Nosso coração transborda de alegria e nos deixa mais gente, com vontade de receber, cada vez mais gente.

Em minha sala, esta semana, recebi a visita de Lady Ratis, uma amiga nobre de Recife, se ela morasse no Rio Grande do sul, seria com uma Condessa, com certeza,  e sobre a crônica Ações de Don Quixote, ela deixou registrado suas impressões:

“...Antes os nossos "Moinhos de Vento" fossem eólicos e não poluíssem o meio-ambiente de impurezas e culpas que se arrastam secularmente. Energia pura que a pequena Dinamarca já produz e exporta a tecnologia para o mundo. Antes os nossos moinhos de vento pudessem ser bucólicos e até poéticos, como os dos holandeses. meus caros, calcemos os tamancos, típicos dos Países Baixos, para vermos do Mirante o horizonte que nos acena. Vivemos simultaneamente o tempo Chronos e o nosso tempo interno, o que não significa dizer que estão sincronizados, sem incertezas, angústias e questionamentos de toda ordem. Mas, do Mirante, é possível aquilatar o que vem de fora e nos afeta, assim como transformar e reciclar os resíduos em realidade mais assertiva, que desabrocha num sorriso, em um olhar mais sereno, em bem-estar e, enfim, na possibilidade de viver melhor. A quantidade se compra e a qualidade você constrói, inclusive na rede social, que veio para complementar e não para substituir os contatos diretos...!”

Sua visita é sempre esperada, Lady Ratis. Obrigado!

No sítio do Grupo Kasal, de Vitória, Espirito Santo,  na crônica - Aprendendo a Morrer em www.konvenios.com.br/articulistas , recebi outra visita.

Desta vez uma  poetisa divina Mônica Raouf El Bayeh, um ser divino que poetiza como os deuses fariam no olimpo, e desta crônica, chamada Aprendendo a Morrer, a amada Mônica transformou em uma poesia monumental, que transcrevo abaixo.

Vida é mesmo imperdível!

Talvez a morte seja uma fase
Algo tipo mudança de nível
Você completa missões
E se transforma numa luz incrível

Talvez ultrapasse a  barreira
Do humanamente compreensível
Por que estava vivo bulindo
E num segundo para sempre invisvel

Um dia fraco e suave
Com data de validade ilegível
Pendesse de nossas cabeças
Prevendo o imprevisível

Já lavei muitas mortes em pranto
A foice aviada irascível
Não atende, não alivia
Ainda se gaba de ser infalível

Já urrei, maldisse tudo
Apagada de dor, queimado fusível.
Roubada de mim aos pedaços
Aguardando na fila do impreterível

Aprendi que a morte ensina
Na dor, porque a morte é terrível.
Mas um doce tem a morte
Que nos ajuda a ser mais sensível

Quando a morte ronda por perto
Sob risco do irreversível
Nada segue como antes
Tudo é substituível

A morta mostra o relógio
Com seu gosto meio perecível
Vivendo ou não se vai embora
É hora de ser acessível

O que era muro alto vira degrau
Nada mais é intransponível
Nova medida para tudo
Refeito o que era impossível

Vida é tempo presente
 Conjugada sem retorno e intransferível
É a morte que lembra esse fato
E nos dobra no inflexível

Se vem a morte, vou beijar e abraçar
Amanhã pode não estar disponível
É triste? Ao contrário, é trunfo.
Pode ser o melhor combustível
É a morte que desperta para a vida
E a deixa irresistível
A vontade e aproveitar ao máximo
Porque a vida é mesmo Imperdível.

Sejam sempre muitíssimo bem-vindos.
Esta sala é iluminada, especial, com visão para o mar e tem muito calor humano.
E aqui Pensar Não dói...

Das percepções de Fabiana Ratis
 Em www.konvenios.com.br/articulistas
Da poetisa MÔNICA Raouf El Bayeh - poesiatodaprosa.blogspot.com.b
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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Ações de Dom Quixote!




“... A nossa crença na virtude vale mais que a própria virtude...!”


                Estamos circulando com máscaras de oxigênio. Sim. De outra forma seriamos envoltos em “cortinas de fumaça” e sufocados. De todos os tipos. As piores são as politiqueiras, dessa época. Eleições sem motivação nenhuma. Méritos? Muito menos.  STF julgando ladrõezinhos baratos, depois de quase uma década de falcatruas.  Violência. Pessoas agredindo e acabando com a vida de outras pessoas. Simplesmente assim. Acabando com elas. Dando-se o poder de Deus.  Insandecidamente. Primitivamente.  De forma monstruosa. Apenas para citar alguns exemplos.

 Mas e nós? Como estamos? O que estamos fazendo por nós mesmos?
Isso me lembra do romance clássico espanhol Dom Quixote de La Mancha de Miguel de Cervantes y Saavedra. A obra fala sobre como o pensamento racional destrói nossa alma. Será sobre o triunfo da irracionalidade e o poder que dá isso?

Nós passamos um tempo enorme tentando nos organizar e, em consequência, o mundo. Construímos relógios, calendários, agendas, e tentamos prever o tempo.
Mas que parte da nossa vida esta realmente sob nosso controle?
Será que decidimos viver, puramente, em uma realidade que inventamos?
Isso nos torna louco? Alienados? Abobalhados?

Se assim for, não será melhor que uma vida de desespero?
Racionalidade ou irracionalidade? Quem decide? Nossas emoções? Ambíguo, não é mesmo?

Culpas? A culpa é a emoção mais forte, é nossa emoção mais poderosa. É muito fácil de sentir e impossível de ignorar. Elas nos motiva, mas tende a cegar nosso julgamento. Sobre tudo. Inclusive sobre nós mesmos e o que estamos fazendo. Esta parte  por experiência. Por vivência. Por sentimento de cada partezinha sentida. Vivida
Sei que o normal é relativo. Vê-se isso a todo o momento na rede mundial, ou internet, como preferir. Com frequência as comunidades sociais, ou redes, são uma tentativa, quase patética, de preencher as necessidades de quem não tem um certo traquejo social. Um jeitinho com de lidar com as pessoas a nossa volta. Muito menos com desconhecidos. Até porque estamos vivendo um tempo em que as pessoas temem os contatos diretos. Assim o que escrevemos ou mostramos vale. Se valer para nossa autoestima, vale para quem vê ou lê. Tentativa desesperada de fugir da solidão ou modismo barato, corriqueiro.

Sim, assim como Don Quixote, continuamos lutando contra moinhos de vento... Construindo castelos de areia... Alimentamos amigos, ou monstros, imaginários. Sejam ligados no mundo virtual ou, simplesmente, no nosso mundinho. Tentamos não cair nos abismos dentro de nós mesmos. E mais ainda, procuramos um companheiro, um Sancho Pança, para nos fazer companhia... Até para levar nossa grande lança, (nossas pesadas culpas) ou cuidar de nosso “cavalo” – o coração –.
Theodore Roedtke afirmou: “Minha alma, qual mosca ensandecida de calor, fica zumbindo na soleira: Quem eu sou?”

A pergunta filosófica, mesmo após mais de 2800 anos, parece ainda não ter resposta. Ao menos nós não conseguimos chegar a ela tão facilmente.
A música já foi cantada. Há muitos anos. Décadas. Mas, estamos ficando cada vez mais sozinhos na multidão. Precisamos reaprender a viver conosco mesmo. Tarefa difícil não nos conhecendo profundamente.

Melancolia? Amargura? Desamor?
Não. Realidade.
Mas... Recheadas com tudo isso.
Pensar não dói. Sei disso. Afirmo isso.
Mas, às vezes, talvez o resultado de tudo isso doa. Um pouquinho.


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quinta-feira, 20 de junho de 2013

“ A IRRELEVÂNCIA DO EGO ! “





“Parece que, para adquirir o que é denominado de ciência do mundo, 
o indivíduo tem, em primeiro lugar, de procurar conhecer os homens 
como eles são em geral e,  em seguida, obter conhecimento particular 
daqueles com quem tem que conviver, isto é, conhecimento de duas 
inclinações e boas e más opiniões, de suas virtudes e de seus defeitos.”

Norbert Elias  - O Processo Civilizador – 1939 –


Quem inventou o método Kaizen (melhoria contínua) simplesmente se baseou no ser humano. O mesmo ser humano que busca a perfeição. Que corre incessantemente atrás do “Santo Graal“. O mesmo ser humano que tenta equilibrar seu lado bom e seu lado ruim. Se o segundo existe, deve ser baseado em critérios. Se existem critérios, óbvio, alguém os criou e a maioria dos seres os aprova.

Jean-Jacques Rousseau escreveu em 1778: “Se quisermos formar algo duradouro, não pensemos, pois, em torná-lo eterno. Para ser bem sucedido não é preciso tentar o impossível, nem se iludir com dar à obra dos homens uma solidez que as coisas humanas não comportam". Escolho o pensamento do franco-suíço pensador da época do iluminismo, para tentar entender um pouco mais o ser humano. Principalmente sobre a ótica da irrelevância
(que não é relevante – que não tem importância).

Em uma crônica - Crítica & Autocrítica, do sábio Pastor Victor Penner, chamou, sobremaneira, a atenção sobre o problema. Após contar uma espécie de parábola, o mestre Victor, fez a autocrítica de sua igreja, ou de seu sistema social. Impossível não buscar o inteligente exemplo, na pretensiosa tentativa de analisar nossos sistemas, meios, entidades, organizações sociais, clubes, sindicatos, associações e toda a sorte de congêneres.

No fundo eles se comportam exacerbadamente iguais à parábola da “Irrelevância”. Querem mais, simplesmente porque querem. Nem eles próprios sabem o verdadeiro sentido ou motivo. Ao menos que contenha um pouco de relevância. Que se torne importante para os grupos, dos quais as grandes maiorias de nós pertenceram. Mas, no fundo o que estamos analisando com todo o respeito de Freud, é o Ego.

 Aquele sentido intrínseco que forma a parte intermediária entre o íd e o mundo exterior. (Se a psicanalise que socorresse, teria sido bem melhor). No fundo, ou no popular a forma mais fácil de projetar e conquistar poder. Muito Poder. Ao menos sob os “olhos destes cérebros de segunda classe...!” (parafraseando D.H. Lawrence).

 Parece vazio? Então pense na entidade, clube, sindicato, associação,  que esteja mais perto de você? Se quiser poderá pensar em instituições maiores. Algumas estão por aí, perdidas, em meio aos perdidos.

 Lembrou? Agora, por favor, releia a parábola da “Irrelevância”? Agora faça mais um esforço, por favor, e tente dizer alto, mas com convicção:
 O porquê de o ser humano, através de desculpas esfarrapadas, busca algo que geralmente é muito maior do que o seu próprio tamanho? Ego? De novo? Puxa quanto serviço para as psicanalistas de plantão! 

Para encerrar, e com a permissão de mestre Victor,  coloco sua última frase: “Devemos ressaltar que a única relevância que realmente importa é a relevância para as necessidades profundas das pessoas, é a relevância para os lugares de suas vidas em que elas sofrem e esperam, praguejam e oram, tem fome de sentido e sede de relacionamentos significativos.” 

Realmente, “Pensar não dói...” 

Mas as consequências de atos impensados, são terríveis.


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domingo, 16 de junho de 2013


"A FALÊNCIA DA RES*"





"...Inteligência é a capacidade que se
tem de aceitar o que esta ao redor...".

      Dos pensamentos de William Faulkner



É extremamente incrível como se acha desculpas para a total falta de competência! (em tempo: RES - em latim significa coisas, de coisificação). Que a situação econômica de todo este imenso e amado país, chamado admiravelmente de Brasil, esta difícil todos sabem, e ao menos uma grande maioria faz até o impossível para melhora-lo.

Mas dai, a começar uma fase de desespero coletivo, ha uma grande distância a ser percorrida.
O que esta em estado precário, em estado de falência, não é a matéria, mas sim o fator humano, ou aquele que se emprenha em uma administração.

Frases, ou "logos", como por exemplo: "Quem não conhece a administração (...) que não tem experiência, acaba sempre no caminho da crítica", ou ainda: "... Mas nunca apontam soluções...".
Ora a ingenuidade não somente política como administrativa em qualquer segmento, tende a ter prejuízos incansavelmente hipócritas, justamente por não de permitir, sugestões, conselhos, ou caminhos que remediem tais situações, exatamente para dirimir prejuízos futuros. Do contrário chega-se a este caminho. O pior de tudo é se descobrir que não havia vocação nenhuma para administração ou política. Mas o pior de tudo é descobrir isto no final de um tempo proposto para tal ação.
  
Justificar o óbvio torna-se extremamente óbvio. Justificar o que deveria o que seria obrigação fazer, como apenas parte de um projeto, não é mais ingenuidade, é imbecilidade.

E o que não foi feito, mas foi prometido? Como fica? Apenas se esquece?
Em nome de que, ou de quem? Da Incompetência?

Ora, ora, isto já é ingenuidade infantil; para não se dizer burriciais praticadas.

O sistema está errado ou as pessoas que praticam este sistema?
São perguntas demais? Claro, efetivamente sempre haverá mais perguntas que respostas, mas também haverá, muito menos pessoas que fazem, e outras que apenas dizem que fazem. Somente justifica-se Deus, quem acredita nele. Para os ateus, pagãos e outros bichos mais, Deus não existe.

Para os competentes, desculpas não existem. Existe apenas a ação, a efetividade.
Conforme o Grande crítico Literário Francês, chamado pelo pseudônimo de Dr. Wgner (pronuncia-se Vanhir, à francesa), e olha que lá não existe a preocupação absurda de saber quem é ele, diz: "Pode-se ficar obcecado pelo remorso durante uma vida inteira não por haver escolhido o erro, do qual pelo menos a gente se pode arrepender-se, mas por ficar-se na impossibilidade de provar a si mesmo que não se escolheria o erro..."

Repetindo, efetivamente, não podemos ficar chorando sobre o leite que já foi derramado há muitas décadas, e não se limpou o fogão ainda, da qual a cozinheira tanto se orgulha, mas podemos permitir que se continue derramando leite, apenas por que, quem esta cuidando ao lado do fogão, tem pretensões absurdas para ingenuidade doentia, ou falta de concentração, que lhe   derrame aos pés, queimando-os  e não  se de conta.

É extremamente óbvio, que quem não serve, deve dar lugar ao menos, imediatamente, ao mais competente, e se no seu meio não existir este competente, busque-se de outro modo. Mas continua a incompetência, é prática das chamadas burricias.

É óbvio, ou não?

Bem Pensar também não...


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quarta-feira, 12 de junho de 2013



“A Essência e a Realidade!”




*

“... Nos mesmos rios entramos e não entramos,
somos e não somos..."!
Heráclito de Êfeso – 580 a C


Estamos vivendo, profundamente, momentos de incertezas. Não são econômicos ou de ordem natural das coisas. São de pessoas. O momento é de política - eleições – e isso nos faz pensar, cada vez mais no que estas mesmas pessoas fazem e vão fazer com as outras pessoas.

Na ultima semana, amigos queridos, por sua vez tiveram amigos que viveram tragédias. Traumas, para os encantadores de serpente ou a famosa autoajuda, podem ser oportunidades. Deixo isso para seus discursos vazios. Tragédias podem nos destruir. Em muitos momentos, acredito que talvez, apenas talvez, seja uma chance que temos de nos reinventar. Tem um preço. Alto. Muito alto. Ele atinge nossa parte mais importante: nossa essência. Ou nossa consciência, como preferir. Nosso juiz mais algoz.

Nessa noção de essência destroçada, o filósofo Platão, utilizando outro pensador pré-socrático, chamado Heráclito de Èfeso, que viveu cerca de 580 a C, dizia que somos criaturas destroçadas, que tentam se recompor a todo momento.

Nas relações de todo o tipo: Profissionais. Com o ser amado. Com a família – a parte mais difícil -. Ralph Emerson, Escritor, poeta e filósofo estadunidense, dizia que a coisa mais difícil do mundo é conectar-se com o ser humano. Simplesmente parece que não podemos conectar uma coisa a outra. Mas fazemos, ou melhor, tentamos isso o tempo todo. Conectar-se às coisas do mundo. Mas o mundo somos nós. Onde esta a dificuldade?

Escutamos, principalmente a partir de agora discursos imensuráveis com palavras pouco usuais, mas utilizadas, politicamente há muito tempo. O que será feito. E que no fundo não é feito. O que irá mudar. Mas que continua o mesmo.

O pensador referido formulava, com vigor, o problema da unidade permanente, do ser diante da pluralidade e mutabilidade das coisas particulares e transitórias. Exatamente como os políticos e o que acompanhamos e assistimos todos os dias. Ele estabeleceu a existência de uma lei universal e fixa (para os gregos chamada de Lógos), regedora de todos os acontecimentos particulares e fundamento da harmonia universal. Uma harmonia feita de tensões, ”como a do arco e da lira” (instrumento musical de cordas).

Mas estamos falando de política, de tragédias pessoais e do ser humano e de lógica? Sim, é ambíguo. Mas podemos pensar que nossa essência é espírito, e um espírito arrojado, e como ele mesmo disse: “o ser não é mais que o não-ser”.

Podemos olhar o ser e, finalmente, enxergarmos quem realmente somos.
Mas em meio a nossas tragédias diárias, aos nossos desamores, a nossa falta de vivência humana, nossas apatias, com os humanos, acabamos mostrando as bestas, os monstros - que todos possuímos bem lá no fundo de nós mesmos – Alguns aprendem a controlá-los, outros simplesmente alimentam-nos e deixam vir à tona. E ai acontece às tragédias. Sejam elas em âmbito pessoal, ou em âmbito político, como estamos vendo no julgamento do Superior Tribunal Federal; como estamos assistindo, diariamente, os politiqueiros e seus discursos que nos enojam e ofendem nossa inteligência; com pessoas fingindo serem pessoas para destroçarem outras pessoas, pelo simples prazer psicótico de uma busca desenfreada por elas mesmas. E essas transferências, rotineiras, para esses seres, parecem não terem mais fim.

Mas afinal o que queremos?O que buscamos? O que somos realmente?
Estas questões a filosofia estuda desde 800 a C, e parece que quanto mais tempo passa, mais involuimos, pois cada vez temos menos respostas e mais indagações.

A certeza de que nada é permanente, nem mesmo a falta de luz é descobrirmos, a todo o momento uma maneira de sermos humanos. Só humanos. Nós pensamos. E pensar... Não dói!

O pensador mencionou ainda: "Os homens são deuses mortais e os deuses, homens imortais; viver é-lhes morte e morrer é-lhes vida".

 
Apenas para você iniciar novos pensamentos.

Afinal, Pensar, ainda, Não Dói...!


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domingo, 9 de junho de 2013



"A ALMA DO NEGÓCIO"




            " Você tem que correr o máximo que puder, e nem vai
              sair do lugar. E, se quiser ir para frente, terá
              que correr duas vezes mais depressa..."
             Lewis Carroll 


Sempre se abstêm de falar naquilo que se faz, diariamente, profissionalmente, até para que não se diga ser defesa própria. Mas, por solicitações, escreveremos algumas linhas sobre a verdadeira "Alma dos Negócios", a Propaganda. Também, para que os políticos tenham uma folga, coloquem o juízo no lugar, e façam, realmente, aquilo que eles dizem que sabem fazer, a "política".

Propaganda, etimologicamente, vem do latim, “propagare”, que significa:  propagar, tornar público, levar ao público informações generalizadas, ou específicas.  Mas, caindo na realidade do mercado, principalmente do nosso, não somente hoje, como sempre o foi, é algo sério. É um investimento, e não custo.

Assim, como a área de Recursos Humanos de uma empresa, torna-se hoje, como sempre deveria ter sido, uma das mais importantes. Afinal, valorizar o humano da empresa, é a própria valorização empresarial. Propaganda somente é custo, quando não apresenta resultados, e o erro está na origem das informações. E propaganda mal feita, geralmente tem o "dedo do dono". E não se afirma isto, apenas como desculpa, pois esta é o tipo de propaganda efetuada para salvaguardar o "ego" do proprietário. É quando ele faz para ele próprio ver, ler, ouvir e ou, assistir. Fora disto, é algo sério, profissional. 

Propaganda, não é simplesmente fazer anúncio, video, áudio. Propaganda é pesquisa, é criação, é conceito embasado em conhecimento cientifico. Não é apenas imagem bonita, desenhos espetaculares. Também não é o pensamento, ou frase de efeito, da obra de Lewis Carroll - dita na abertura, acima -, pois correr duas vezes mais  depressa é uma técnica utilizada pelos fracassados. Pois, também, se é verdade que as empresas e as pessoas bem sucedidas realmente correm o mais depressa possível, elas também correm numa direção pré-determinada, um rumo que já foi identificado e analisado.

 O segredo, então, não é correr o dobro, mas correr com constância numa rota cuidadosamente traçada. O segredo é bom planejamento. E propaganda é puro planejamento. Mas, atenção, porque propaganda vem muito depois de, todos os Recursos Humanos de uma empresa, toda a imagem básica, toda a estrutura organizacional estar pronta, funcionalmente perfeita, independente do tamanho da empresa, e do tipo de comércio ou prestação de serviços. Pois, ela simplesmente propagará a imagem que existe. Se esta imagem não é relativamente boa no mercado, se os serviços, não estão sendo prestados a contento, se os produtos são, invariavelmente, como todos os outros, sem distinção, e se o dono conhece "tudo do mercado", bem, então propaganda não funciona.

A propaganda, assim como o restante do planejamento organizacional da empresa, é um esquema que mantém um rumo, um objetivo básico, pré-determinado, específico, independente do tamanho ou do custo de cada tipo de mensagem. Para não se fazer confusão, propaganda faz parte de um dos compostos do marketing.

Lembre-se que comércio que acredita que qualidade é igual a preços altos, sofisticados, “status” e luxo, repassa esta mesma idéia para a sua propaganda, e depois somente poderá atingir aquele cliente que se identificar com esta "imagem". Os sistemas eficazes, os veículos, bem, isto é assunto para outra vez. Mas pense sobre isto: “Se você julgar que, estando com dor de dente, há a necessidade de ser tratado ou arrancado, isto o torna apto a ser dentista, cuidado, sua empresa poderá estar seguindo por este caminho tortuoso e sem resultados”. Daí é custo.

Propague sempre uma boa ideia, nunca um problema.

Afinal, Pensar não dói...


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quinta-feira, 6 de junho de 2013

  

"Confessar que se sabe um segredo é
atraiçoá-lo pela metade e, às vezes, expô-lo por inteiro."

Stéphanie Félicité Ducrest de St-Albin

Às vezes a gente precisa se confessar! Ao mesmo tempo em que batemos no peito a nossa independência, o fato de não precisarmos dar satisfação de nossas vidas a ninguém, temos uma vontade imensurável de compartilhar, principalmente nossos sentimentos, mas temos vergonha. Hoje em dia não pega bem essa exposição de sentimentalismo. Precisamos ser mais “fortes”, demonstrar suficiência, resistência, e, até frieza. – Nada de ficar com muito “mi-mi-mi”.
Mas o fato é que desejamos ansiosos, esperamos absorto o momento de podermos nos confessar, compartilhar, explanar sobre nossos sentimentos com alguém especial, disposto a ouvir, compreender, mimar, e depois, com um sorriso no rosto, dar um afago compreensivo, mesmo que não tenha compreendido, mesmo que não tenha concordado, mas que, escute.
O problema é que desaprendemos a ouvir! Não temos mais esse “dom” de escutar… Mas como nossa necessidade de sermos “ouvidos” persiste, buscamos de forma desesperada os ouvidos de analistas, psicólogos, psiquiatras, e quem mais julgarmos ter a quase obrigação de ouvir. Quando todas as tentativas de for escutadas são frustradas, ai então, adoecemos, e, como não temos quem nos escute, tomamos remédios para não falar, e, ainda assim, suprir nossa necessidade de sermos “ouvidos”. – Não seria mais fácil falar? Sim! Mas para isso, também precisaríamos ouvir!
Um abraço só é abraço de verdade quando duas pessoas estendem os braços para “abraçar”. Não existe abraço “monólogo”. Ou é mútuo, ou não é abraço. Tão difícil achar braços estendidos hoje em dia. Mas é muito fácil achar quem procure por esses braços estendidos. – Mas então se tem quem procure por abraços, não seria mais fácil abraçar? Sim! Mas ai teríamos que abraçar também.
Hoje eu queria dar um abraço, mas não pude! Então engoli a tristeza que apertava fundo meu peito, guardei a dor, desliguei a música que tocava e dormi. Não pude falar! Não pude abraçar! Então escrevi. – Adiantou? Não! Mas se o texto render um único abraço, terá valido a pena escreve-lo.
Quer ouvir? Quer falar? Quer um abraço, ou abraçar? Entendeu? Eu sim!
Para meu amigo Patrick confessar e pensar... Não Dói!

Dos Entendimentos & Compreensões de meu amado amigo
  Patrick René